quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Querem mais do mesmo

Era uma vez, em um distante reino animal um riacho. O riacho era comandado por cobras e jacarés, que impunham sua doutrina a todos os sapos, peixes, entre outros animais. Vez ou outra, algum animal, de menor prestígio, conseguia ascender-se socialmente, porém, eram raríssimos tais casos. No entanto, quando ocorriam tais animais se submetiam as doutrinas dos mandantes, tornando-se, na realidade, somente mais um a praticar a ideologia das cobras e dos jacarés.

As relações do riacho com os ambientes vizinhos eram de total dependência. Ele sofria constantemente com crises e imposições praticadas por eles. Dificilmente conseguia tomar alguma decisão importante sem consultar as diferentes matas e savanas, já que suas decisões deveriam favorecer os outros ambientes.

No entanto, certa vez, um sapo começou a se destacar entre os demais. Logo foi convidado a integrar a elite do riacho, mas rejeitou, preferindo ficar ao lado dos mais desfavorecidos. Tal sapo conseguiu tamanha mobilização que se tornou o líder do reino, mesmo com todas as ameaças e perseguições ideológicas feitas pelos animais socialmente privilegiados.

Tal sapo levou parte de sua turma para auxiliá-lo no governo. Alguns se desvirtuaram ao chegar ao poder, outros continuaram firmes com seus ideais e precisaram se afastar, devido à impossibilidade de colocá-los em prática, por causa das constantes acusações e ameaças feitas pelos ex-mandatários. O sapo, por sua vez, buscou conciliar os interesses dos desfavorecidos e da elite, evitando grandes cisões e, assim, conseguindo significativos avanços sociais.

Com relação às políticas externas, ele passou a rejeitar aquilo que lhe era imposto, utilizando-se de uma boa diplomacia. Com isso, passou a auxiliar outros ambientes desfavorecidos e a ter voz nas discussões que envolviam todo o reinado. Logo, tornou-se um líder admirado e respeitado por todos.

Com o passar dos anos, chegou à vez do sapo deixar o governo. As elites incomodadas com a ascensão de classes antes consideradas inferiores, viram ali a oportunidade de retomar o poder. Já o sapo indicou uma candidata de sua confiança para dar continuidade às mudanças. Claro, a influência dos favorecidos era grande, possuíam diversas maneiras para tentar manipular os outros animais. No entanto, isto não deu o resultado esperado. A população do riacho queria mais do mesmo. Assim, o sapo conseguiu eleger sua sucessora, para dar continuidade às mudanças, tão necessárias para um ambiente melhor.


PS: Está história é ficcional. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Para Alguns, indigesta

Nem todos gostariam de votar no domingo, no entanto, a fila quase inexistente e a conseqüente rapidez amenizaram o discurso dos contrários ao voto obrigatório


Domingo dia 31 de outubro. Uma data histórica para o país, que consagrou Dilma Rouseff como a primeira mulher eleita presidente no país. Com um projeto de continuar os avanços conquistados pelo governo Lula, foi à preferida pelos eleitores, elegendo-se com mais de 56% dos votos válidos. Porém, muitos dos votos obtidos tanto por Dilma, quanto pelo candidato derrotado, José Serra, poderiam ser desconsiderados, segundo quem os fez.

Miguel Buianain, 19 anos, é um destes que não gosta de votar. “Acordar cedo num domingo para votar é complicado. Pelo menos hoje não tem fila”. Ao ser questionado em quem votou foi incisivo: “Anulei, não gosto de nenhum dos dois candidatos”.

A questão do voto obrigatório é muito discutida, principalmente, durante o período eleitoral. Alguns dizem ser o dever das pessoas elegerem seus representantes e, assim, participar das discussões acerca do futuro do país. Para outros, fere a liberdade das pessoas de escolher se querem, ou não, participar de tal processo.

Para Felipe de Souza, estudante de jornalismo, o voto obrigatório não é o melhor caminho. “acho que o direito ao voto é melhor do que nada, mas é isso: um direito; não deveria ser obrigatório. O fato de eu ter que votar não impede que eu me omita, já que posso anular ou votar branco. Então, não faz sentido nenhuma obrigatoriedade. Só dá dor de cabeça.”

Em contrapartida, o professor de história, Adilson Green, Pensa que a obrigatoriedade do voto é o melhor caminho para a firmação de democracia recente, como a nossa. “O voto é essencial para o fortalecimento da democracia. No momento em que estamos é incoerente pensar em voto facultativo, precisamos trazer as massas para as discussões do país, fazer todos se interessarem. Para obter isso, o voto obrigatório ainda é essencial na atual conjuntura.”

Mas o povo que não gosta de votar, em suma maioria, não se interessa por tais discussões. Ao se aproximar das 17 horas chegam pessoas já com a língua enrolada e, evidentemente, insatisfeitas por ter que votar. “Estava num churrasquinho e tive que vir votar. Não queria votar, mas sou obrigado, fazer o quê?”, coloca o servidor público João Arantes de 34 anos. Cinco minutos após chegar à zona eleitoral, o mesmo João Arantes sai sorridente: “Até que foi rápido. Valeu à pena, ajudei a escolher o futuro presidente”.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A respeito da desinformação

E dia 31 de Outubro de 2010 marcou a história do Brasil; pela primeira vez se elegeu uma mulher presidente. Nunca antes na história deste país - parafraseando nossa autoridade mor e seu admirador Marcelo Tas - havíamos presenciado algo desta magnitude, e quiçá dizer "Nunca antes na história do mundo", se viu uma miscigenação tão grande em matéria de governantes mundiais.

No brasil uma mulher a partir de 2011, mas ainda somos guiados por um ex metalúrgico, que talvez por advir de uma classe menos abastada, soube dividir como ninguém, mas ainda não o suficiente, a renda no país. Na América Latina ainda há mais exemplos desta miscigenação, na Bolívia temos um indígena descendente dos aimarás Evo Morales, Em Cuba um remanescente das clássicas revoluções socialistas do século passado, presente em todo continente, os Castro, na Venezuela um amante destas clássicas revoluções socialistas e de Simón Bolivar, Hugo Chávez. E que não seja diferente no mundo, emcabeçando este elenco temos como presidente da maior potência capitalista mundial, Barack Obama, um negro.

Não se contentando com esta derrota mundial das elites, o povo brasileiro em 2010 levou ao segundo turno um remanescente desta classe. Remanescente este que também não se contentava com a derrota, e usou em sua campanha de artifícios baixíssimos contra nossa futura governante.
Este remanescente usou diversos meios para fantasiar e embaraçar o povo de suas verdadeiras raízes facistas e elitistas, e em Londrina-PR não foi diferente, o candidato a qual me refiro emplacou 75%. Tentando entender estes números lembro que no estado do Paraná existem muitos latifundios, um estado agrícola.
Entrevistando alguns votantes no domingo pude entender melhor o motivo de tanta aceitação de um governo tucano.

Maria Alves, que trabalha em uma fábrica de biquinis, vota no candidato da legenda 45 e expõem seus motivos "Eu quero Serra porque ele é do bem, não quero aquela terrorista no comando do meu país. E [...] o governo do Serra foi muito bom pra São Paulo, vai ser bom então para o Brasil". Ao ser indagada sobre oque ela acha do Brasil atual Maria Alves responde "O Brasil hoje eu acho que tá muito bem, pelo menos pra muita gente, mas vamos ver oque o Serra pode fazer eu acredito que ele pode [...] ainda mais pelo Brasil".

Matheus Pereni de Oliveira está votando pela primeira vez aos 17 anos, segundo ele "Não conheço muito bem os outros governos, só posso ter uma idéia do governo Lula, muita gente [diz] que o anterior foi piór, mas eu acho que o Lula só consegui fazer tudo isso porque teve a base do Fernando Cardoso, por isso eu voto no Serra, agora que tem muita cosia boa eu acho que ele pode melhorar ainda mais nosso país".

Endagado sobre seu voto, João Pedroso da Rocha, um aposentado de 71 anos, anos expôs seus motivos para votar na candidata do PT, "tem um monte de gente do lado dela rapaz, até o Chico Buarque, eu adoro as músicas dele. Tem muita gente que não sabe como já foi esse país, já vi amigo meu sendo abordado por policial, levando uns tabefe e xingamentos por não ter feito nada, comigo [...] nunca mexeram, [...] mas hoje, hoje se é feito muito pelos pobres, o Brasil ta grande rapaz, o povo é que não conhece direito o outro candidato.
E essa é a opinião de alguns eleitores Londrinenses, de predominância tucanos.